Como mencionei em outros artigos, a inflação nem sempre se reflete para o consumidor na forma de preços mais altos, como muitos imaginam — principalmente porque a concorrência força as marcas a manter os preços baixos. Em alguns casos, o produto em si não custa mais, mas a embalagem contém menos unidades ou pesos e medidas menores do que antes, o que é exatamente o que está acontecendo agora no Brasil e no mundo.
Na prática, esse fenômeno é conhecido como "shrinkflation". É uma estratégia comercial: reduzir o tamanho do produto para não precisar aumentar o preço. Mas, na prática, acaba custando mais caro para o consumidor, pois você recebe menos quantidade pelo mesmo valor. Uma pergunta: você não acha estranho que o argumento ambiental para "remover os carregadores dos celulares" nunca venha acompanhado de uma proposta para "reduzir o preço do produto"? Que reflexão...
Aqui no Brasil, milhões de brasileiros já convivem com uma inflação acumulada de 9,68% em 12 meses e reclamam de produtos cada vez menores. Por exemplo, caixas de ovos não comportam mais uma dúzia; chocolates e biscoitos encolheram; sabão em pó dura menos lavagens. Estes são apenas alguns exemplos práticos de como os fabricantes estão se adaptando.
Por lei nacional, as empresas são obrigadas a anunciar qualquer desconto na embalagem. No entanto, órgãos de defesa do consumidor afirmam que esse aviso nem sempre é suficientemente claro. No estado de São Paulo, por exemplo, se a divulgação for muito pequena, o consumidor pode exigir o reembolso integral. Você sabia disso?
Encolhendo a Paçoca Drasticamente
Nem mesmo a paçoquinha — um dos produtos favoritos dos brasileiros, agora exportado para o mundo todo — escapou da inflação. Uma das maiores fabricantes do Brasil, a Santa Helena, informou ao UOL que cortou 4 g de suas embalagens retangulares, incluindo a marca Cuida Bem. Segundo a Santa Helena, essa redução se deve à inflação das matérias-primas, já que os preços do amendoim subiram 501 TP6T e os custos da embalagem, 391 TP6T.
Pacotes de arroz e açúcar são menores
Além da paçoca — e de muitos chocolates, que encolheram de 110 g para 90 g —, os consumidores gulosos sentiram a redução da inflação até mesmo nas embalagens de açúcar, agora vendidas com menos de 1 kg. É bizarro e alarmante, dizem muitos consumidores.
Outro dia, fui enganado (🤡) por um saco de açúcar orgânico. Geralmente, usamos pacotes de 1kg, sem que haja embalagens diferentes, com peso diferente. Paguei dez centavos a menos por um saco de açúcar orgânico de OITOCENTOS GRAMAS. Grande “economia”. foto.twitter.com/2BrbyqMEJv
— Thiago C. (@thiagoch8) 16 de julho de 2021
Mas Juan, como resolver esse problema? Eu gostaria de ter uma resposta simples e universal para uma questão tão grande e multifacetada. Por enquanto, o passo mais importante é investir seu dinheiro com sabedoria, de acordo com suas possibilidades — para que você possa compensar a diferença de +10% na inflação brasileira. A diversificação é fundamental para equilibrar sua carteira e reduzir o impacto da inflação em sua vida ou negócio.
E você, o que achou deste artigo sobre inflação?
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